Ainda chove
Mas a tempestade não vêm
Quisera findasse tudo de uma vez
Essa espera que já não acredito
Esse dito que todos duvida
Ainda chovia
E ele a si mesmo dizia
Dane-se o mundo e sua vã hipocrisia
O desassocego e a rebeldia
Essa luta ? vencer na vida?
Acreditas....? és um tolo,
traçar objetivos
Conquistá-los e fazer-se orgulhoso
Do quê, e pra quê?
E a chuva caia... agora tornara-se uma enxurrada
Que descia morro a baixo, fazendo sangra-lo
O magma misturava-se ao sangue
Jorrando das entranhas da pobreza
Ao longe o grito das crianças que parecia lavar a alma com a chuva
Não demoraria muito, até que alguns barracos
Virassem jangadas morra abaixo
Deslizando até se perder como tantos em seu destino escorregadio
Perderam a vida nas encostas desses morros
Contrastando com o vento gelado da chuva lá fora
Um suor escorria em sua testa
Enquanto uma bacia aparava as lágrimas
Que caia do telhado marcando o compasso de sua agonia
É verdade, chovia, e a casa como sempre estava vazia
Como vazio estava o seu peito
Quando de um quarto sem jeito
Uma voz perguntara
A tempestade passou?
Naquele momento olhou para o horizonte
E constatou que ela ainda continuava em seu peito.
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