domingo, 21 de março de 2010

Alma gêmea

Como posso ser
Se é em ti que existo
Se é em ti que insisto
Em morar e me abandono

Como posse ser
Se fico órfão de mim
Quando vais embora
E as horas me torturam

Como poso ser
Se me perdi nos labirintos
Do teu corpo no poço
Sem fim da saudade

Como posso ser
Se sou metade incompleta
Solidão e angustia
Sem teus lábios

Como posso ser
Se me apago como estrela morta
Restando apenas os últimos
Fios de luz do teu olhar em mim

Como posso ser
Se o meu ser se dilui
E encharca o meu rosto
E mancha o chão com minha dor

Como, me diz como poderei ser
Quando o amanhã não lhe trouxer
E, eu amputado de minha metade
Fenecer no vazio e não mais existir

Como poderei ser
Se nasci quando colada à mim
Fechei os olhos e então
Acordei para o sonho de viver

Como, como poderei ser
Como poderei ver a vida
A saída para o mar, navegar sem ti
Não... sem ti eu nunca serei

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