quarta-feira, 14 de julho de 2010

Poema de aniversário

11/07
Eu que nasci primeiro
Renasci em ti dez meses depois
E quanto tive que esperar
Para te encontrar...
Para me encontrar em ti
O que de mim procurava
Eu não me lembrava
Que renascera em ti
Essa outra parte que tanto
Me faltava... e quando te vi
Revi quase imediatamente
O dia em que nascera
Trazias a luz nos olhos
Que acenderiam os meus
Muitos anos depois...
Não estive ao seu lado
Não caminhei teus primeiros medos
Nem tuas primeiras alegrias
Não assisti o teu primeiro sorriso
Você mirando o infinito
Em que estrela eu já te olhava
Na lágrima de sua primeira dor
Partilhávamos o mesmo céu
E estávamos tão distante
E eu como um menino amante
Das linhas perfeitas que desenharam
O teu rosto, não te conheci menina
Quando foi que o vislumbre do és hoje
Acordaram os olhos atentos
Para a tua beleza e você surpresa
Olhava o espelho...
Quantas manhãs dessa mesma data
Em tempos passados
Eu se quer sabia ou atentava
Para o que de mim vivia
E em ti habitava...
Eu já amava minha outra parte
Ah... o que eu não daria para ver-te
Em poética harmonia quando viestes
Ao mundo e o quão absurdo
Era ignorar tua existência
Nenhuma ciência saberá dizer
Da existência de um ser
Dividido em dois por tanto tempo...
Ah... quantas e quantas primaveras
Fizeram do teu sorriso a alegria das flores
Te vejo adolescente entre amigos
E sonhos que te acordaram a vida
Você vivaz espalhando seu perfume
Eu até posso ver o ciúmes
Das flores mal nascidas diante
De tanta essência... tua adolescência
Teus quinze anos...
Não dancei contigo e me lembro
Que estava só e já desconfiado
De minha incompletude
Você sorrias... sorrias...
Eu ensaiava os primeiros versos
E você já era toda a minha poesia
Quantas vezes será que olhamos
Em dúvidas da vida a mesa lua
Em noites em que a tristeza
Ofuscara e leveza do teu sorriso
E como se lembrasse de sua outra
Parte que ainda não conhecias
Se rendias à tristeza ...
Que admirarias alguns anos depois
Quando foi que o primeiro poema
Te acordou para a sensibilidade de alma
Que já estava em sua pele
E na delicadeza das pétalas em flores
Que não te pude dar...
Quisera nesse dia poder te abraçar
E selar com o tempo
A dádiva de tua existência
Quisera poder ver teus olhos iluminados
Daquele primeiro sol
Que lhe aqueceu o corpo...
Quisera poder dizer-te com olhos de amor
Que és a flor em perfume de vida...
E que o mundo se fez brando e poético
Quando do seu nascimento
E acrescentastes uma nota a mais
Na melodia da vida
Na canção do amor... e no meu coração

2 comentários:

  1. Esse realmente é bonito. Fala de amor, mas de uma forma muito maior. Esse retrospecto de toda uma vida esmiuçando os detalhes que ficou genial.
    É uma grande reflexão, é realmente muito bom.

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